Não tem sido um ano bom para o X Factor UK. A série, cuja transmissão é feita nas noites de sábado, tem atingido oito milhões de telespectadores como pico de audiência, uma queda significante em relação aos 14 milhões de 2010 – Último ano de Simon como jurado.
Quanto aos competidores, eles são muito genéricos, com grandes chances de ter como vencedor um cantor de cruzeiros amado por todas as vovós da nação.
Mas, já que a temporada de 2012 não descobriu muitos hit-makers, ela desenterrou uma grandiosa estrela brilhante: Nicole Scherzinger.
A cantora de 34 anos não é novata nas competições de canto da América, tendo duas temporadas no “Sing-Off”, e uma não tão feliz na versão americana do X Factor, sem mencionar que ela mesma começou como participante no reality show de procura de estrelas chamado “Popstars” (2001). Na sua primeira aparição como jurada em um painel britânico e sendo mentora de três rapazes, Nicole se tornou muito mais do que uma revelação.
A versão de Nicole no X Factor britânico é, por exemplo engraçada, implorando por votos de todos os “humanos e bebês” e falando ao cantor de cruzeiro Chris Maloney em forma de enigmas: “ Eu sou uma garota mais do tipo chocolate, e você está me dando leite desnatado com baunilha em cima de flocos de milho”. Ela também é bastante apelativa quando se trata dos segmentos de vídeo que mostram a “vida real” dos candidatos, vestindo-se de colocadora de preços e até bebendo em um pub com seus garotos.
Outra coisa traz Scherzinger à tona: sua boca de marinheiro. Quando o apresentador Dermot O’Leary inocentemente a perguntou sobre a pressão nos candidatos, ela demorou e disse: “A competição é dura, então todos tem que dar duro” e complementando sobre a performance Drag Queen de Rylan Clark “Você não apenas faz o amor se espalhar, você pulveriza amor”. Além disso em um segmento de vídeo, exibido na edição do Xtra Factor, Nicole e seu act James Arthur foram filmados cantando uma música chamada “Vagina and Hairy Balls”.
Scherzinger tem mordomia, é extremamente apaixonada pelos seus pupilos – a duas semanas atrás ela introduziu um de seus atos como James ‘effing’ [derivado da palavra fucking] Arthur e foi a primeira jurada em nove anos de série que levou todos os seus acts para a ultima semana antes da Semi-final. Apesar de Gary Barlow ser de fato o jurado cabeça dessa bancada do show britânico, quando Nicole Scherzinger abre a boca pra falar todos se inclinam em suas cadeiras para poder ouvi-la melhor.
Na verdade, a única coisa que rouba a cena e agrada ao público é seu nome, Nicole tem uma grande afinidade com o Reino Unido, ela namora o astro da fórmula 1 Lewis Hamilton e as paradas musicais britânicas deram uma recepção muito mais calorosa do que em sua terra natal (Don’t Hold Your Breat atingiu primeiro lugar nos charts).
Mas o sucesso nas paradas musicais não é a única coisa que diferencia a performance de Scherzinger nas versões americana e britânica do X Factor. No Reino Unido não existe ninguém que a faça se sentir mal, ou que a coloque para baixo. Em outras palavras não há nenhum Simon Cowell ou painel dominado por Simon Cowell que não tenha muitos papéis para mulheres: Elas podem ser um saco de pancadas (Paula Abdul), um animal de estimação (Cheryl Cole), uma irritante tolerável (Demi Lovato), um macaco dançante (Paula novamente), um elefante incrivelmente espetacular na sala (Britney Spears) ou ela pode ser simplesmente invisível (Kara DioGuardi, Ellen DeGeneres).
A Nicole Scherzinger que atualmente encanta os britânicos nunca foi dada a ela a chance de brilhar no painel americano, porque seu papel foi marcado em pedra. Se ela não foi banhada de elogios, ela foi marcada por ciúmes e calúnias. Quando tentava se defender dos confrontos com Simon – que definitivamente não é o ponto forte dela – ela dizia críticas desarticuladas. A única impressão que Scherzinger deixou na temporada americana era que ela fez uma criança chorar. Cowell mostrou bastante inteligência ao mandá-la para o Reino Unido, o que é um grande desperdício nacional.
Por outro lado, talvez Simon Cowell não mereça toda a culpa. Um dos shows que batem a audiência do X Factor é o “I am a Celebrity, Get Me Out of Here” cuja uma das participantes é Ashley Roberts, a ex-Pussycat Doll companheira de Nicole. “Essa é a primeira vez que alguém já me ouviu falar”, ela disse. “No grupo não era permitido. Apenas Nicole estava autorizada a falar.”
Uma coincidência curiosa. Dois artistas de um mesmo grupo, ambos não ganharem os corações e as mentes de uma nação própria e se tornando duas reservas exibindo inéditas espontaneidade, personalidade e charme. Talvez as Pussycat Dolls tivessem sobrevivido mais do que dois álbuns se os membros individuais não fossem tratados como subserventes à marca. Mas, novamente, as noites de sábado não seriam divertidas.
Fonte: Portal Nicole
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